Escrituras feministas sul-americanas: corpos, vozes e sentimentos em Luisa Valenzuela

dc.contributor.advisor1Ribeiro, Adelia Maria Miglievich
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000000197362996
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/6821974709618583
dc.contributor.authorPrazeres, Lílian Lima Gonçalves dos
dc.contributor.authorIDhttps://orcid.org/0000000193731328
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/4004876396741353
dc.contributor.referee1Caser, Maria Mirtis
dc.contributor.referee1IDhttps://orcid.org/0000-0001-9247-8199
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/1341358191671907
dc.contributor.referee2Santana, Gean Paulo Goncalves
dc.contributor.referee2IDhttps://orcid.org/0000-0003-4405-9242
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/4418200245018478
dc.contributor.referee3Beneduzi, Luis Fernando
dc.contributor.referee3IDhttps://orcid.org/0000000328855548
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/4075275663134023
dc.date.accessioned2024-05-29T22:10:17Z
dc.date.available2024-05-29T22:10:17Z
dc.date.issued2019-03-14
dc.description.abstractabstract
dc.description.resumoA escrita de Luisa Valenzuela é terreno fértil para a crítica literária pois permite a realização de inúmeros estudos acerca dos temas e das construções estéticas que perpassam sua produção. Esta tese elegeu como objeto de investigação os corpos, vozes e sentimentos das personagens femininas presentes na literatura de Luisa Valenzuela. Nesse sentido, a pergunta que a orientou foi: como a escritura de Valenzuela pode ser ato de criação e de resistência num tempo histórico marcado pelo silenciamento imposto pelo “terrorismo de Estado” na Argentina? A pesquisa teve como objetivos: apresentar a biografia da escritora e buscar eventuais conexões com a construção de suas personagens que protagonizam as narrativas da autora, a fim de perceber a “estrutura de sentimentos”, categoria do crítico literário galês, Raymond Williams, que forjou e na qual foi forjada uma geração de mulheres escritoras submetidas ao (auto)exílio provocado pelos regimes políticos autoritários na América Latina, nas décadas de 1960-80. A partir das teorias literárias feministas e da perspectiva pós-colonial e decolonial, a tese intentou problematizar o “lugar de fala” da autora sul-americana que escreve em espanhol e o modo como sua obra participa, de um lado, da literatura feminista e, de outro, da prosa pós-boom de motivações políticas no continente. Sua literatura foi vista ainda como uma literatura engajada por conta dos temas e das discussões que suscita, aliando a ficção ao “teor testemunhal” (SELIGMANN-SILVA, 2003), e possibilitando um exercício crítico-reflexivo sobre um tempo cuja memória não deve ser apagada. Deu-se centralidade ao livro Cambio de Armas, composto por cinco contos, nos quais a autora, através de protagonistas femininas, ficcionalizou o período da ditadura e as opressões vividas pelas mulheres inseridas na “colonialidade de gênero” (LUGONES, 2010), como uma inflexão do debate sobre as “colonialidades”, trazido por Aníbal Quijano (2013) e outros decoloniais. O percurso metodológico utilizado foi uma compilação da crítica literária existente sobre a obra da escritora a fim de se tecer os primeiros diálogos. Ciente de que não é possível fixar rótulos para a autora, pôde-se enfatizar seu enfrentamento pela palavra do sistema repressivo pelo qual passou a Argentina e a peculiaridade de sua criação artística, como o uso experimental da linguagem e das formas de narrar, em que os focos narrativos distintos se mesclam, além da reverberação das vozes femininas silenciadas e do acento no erotismo como recurso de libertação da mulher, em acordo com a “estrutura de sentimentos” que ensejou a revolução feminista. Para a análise, também se fez uso da pós colonial Gayatri Spivak (2012) e da pós-estruturalista Judith Butler (1998), ambas a aprofundar, à sua maneira, os “micropoderes” de Michel Foucault (1979). Os contos analisados mostraram o corpo feminino como metáfora da pátria violentada sob o jugo do Estado de Exceção argentino, que era também “masculino”. A capacidade das protagonistas narrarem suas tragédias era, contudo, uma forma de resistir à condição de subalternidade/colonialidade a que eram submetidas. Desde uma relação amorosa à experiência da tortura política, os “deslocamentos” eram possíveis e abriam chances de mudar a realidade e confrontar o sistema patriarcal. Desse modo, certifica-se que, através de uma literatura engajada, comprometida com a condição feminina de seu tempo, Valenzuela preserva, nas linhas e entrelinhas de sua ficção, a memória dos sistemas de opressão existentes na Argentina, e que também foram realidade comum a muitos outros países da América Latina, que são a marca de sua literatura.
dc.formatText
dc.identifier.urihttps://dspace5.ufes.br/handle/10/12956
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em Letras
dc.publisher.departmentCentro de Ciências Humanas e Naturais
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Letras
dc.rightsopen access
dc.subjectLuiza Valenzuela
dc.subjectEstruturas de sentimentos
dc.subjectMemória
dc.subjectFeminismo
dc.subjectDitadura
dc.subjectStrutture dei Sentimenti
dc.subjectMemoria
dc.subjectFemminismo
dc.subjectDittatura
dc.subject.br-rjbnsubject.br-rjbn
dc.subject.cnpqLetras
dc.titleEscrituras feministas sul-americanas: corpos, vozes e sentimentos em Luisa Valenzuela
dc.title.alternativetitle.alternative
dc.typedoctoralThesis

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