Imigração baiana no Espírito Santo: continuidades do movimento migratório

Abstract

O presente trabalho discute os movimentos migratórios da Bahia para o Espírito Santo e sua distribuição espacial a partir dos Censos demográficos de 2000 e 2010. Para esse fim, analisou-se como se desenvolveu a migração em escala nacional e depois em escala estadual. A Bahia foi destacada como área de expulsão de habitantes, sendo a Região Sul baiano o recorte espacial. Investiga, a partir disso, os fluxos econômicos que puderam colocar em evidencia a necessidade ou simplesmente estimular a saída de habitantes do Sul baiano. Retrata o Espírito Santo como área receptora, por consequência foi verificado o desenvolvimento econômico das últimas décadas. Compreende sua força de atração e Explora a ideia de migração por vizinhança. Para desenvolver esta pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a migração, fluxos migratórios no Brasil, na Bahia, no Espírito Santo e a situação econômica da produção de cacau e eucalipto no Sul da Bahia. O recorte espacial escolhido foi a região Sul baiano, que contempla a região Extremo Sul. Para isso, analisou-se os dados do Censo de 2000 e 2010 para compreender o volume dos fluxos migratórios de baianos e sua distribuição do Espírito Santo. Sendo examinado dados (IBGE, SEI, e dos autores citados nesse trabalho) das décadas de 1970, 80 e 90 para compreender a origem dos eventos e outros depois de 2010 para entender sua continuidade. Conclui que o fluxo de migrantes baianos cresceu durante as últimas décadas, distribuindo-se nos municípios limítrofes entre a Bahia e o Espírito Santo, espalhando-se entre os municípios que ligam o estado dos imigrantes até a Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) e concentrando-se nos municípios dessa região, com destaque para a Serra com o maior volume de baianos. Percebe-se uma permanência desse fluxo no Censo de 2010, porém a partir dele, presumi uma concentração no município, que estaria entre a área de origem e destino, Linhares, concentrando um volume considerável de baianos.